O cientista não está preocupado em achar a verdade, pelo menos não necessariamente. Para o cientista as boas teorias ou os melhores modelos são aqueles que funcionam. E os modelos que funcionam são usados até seus limites, ou seja, até onde eles já não puderem explicar os fatos observados. Nesse momento é preciso ampliar, reformular ou abandonar o modelo, conforme o caso.
As Ciências Naturais utilizam sempre de modelos para descrever os fenômenos observados na Natureza e com o uso desses modelos ousam fazer previsões, ao testar em condições de laboratório essas previsões podem se confirmar ou não, em caso afirmativo o modelo é bom, em caso negativo há que se analisar tudo, desde o procedimento experimental, passando pela previsão em si e até as bases do próprio modelo. Por isso posso dizer que a Ciência é uma construção. Seguindo esse processo podemos afirmar quando e em que situação um modelo é melhor do que outro - um modelo melhor é aquele que explica o maior número de fenômenos, de preferência de uma forma mais simples, que faz melhores previsões e que oferece o maior número de resultados positivos.
A Física Quântica é a ciência mais bem sucedida de todas as já criadas pelo homem. E apesar disso a sua base está assentada sobre PROBABILIDADES e não sobre CERTEZAS. Um exemplo: em uma amostra de material radioativo só é possível calcular (prever) quantos átomos vão decair em certo tempo e verificar experimentalmente que a previsão foi boa... mas é impossível dizer quais átomos irão decair, e isso não decorre do grande número de átomos, podemos ter uma amostra com quatro átomos e prever que em uma fração de segundos um deles vai decair, mas nada poderá dizer qual deles. Qualquer previsão nesse sentido será simples chute, ou seja, escolhendo um átomo ao acaso (de um número de quatro) a chance ele decair é de 25% que o mesmo que se obteria em um jogo de quatro cartas.
Albert Einstein sem querer contribuiu para o surgimento da Física Quântica. Fez isso ao utilizar o modelo de Planck dos “pacotes de energia” para explicar o fenômeno fotoelétrico. Ficou evidente então o caráter duplo da luz e a quantização da energia. No entanto no decorrer do desenvolvimento da nova ciência ele divergiu, não aceitou em nenhum momento que não pudéssemos prever com certeza absoluta, medir com precisão absoluta, conhecer a natureza com precisão absoluta. Ele propôs que por trás dos fenômenos quânticos deveria existir um mecanismo então oculto e que se fosse conhecido nos forneceria a capacidade de SABER tudo. Era a Teoria das Variáveis Ocultas. Teóricos analisaram seriamente as idéias dele durante muito tempo e até alguns testes foram propostos e executados e tudo (lógica, consistência, observação) leva a crer que não existem variáveis ocultas. Ninguém afirma que não nada mais além da Física Quântica, não é isso, diz-se-que a proposta de Einstein não é consistente. A Física Quântica evoluiu muito desde a década de 20 quando surgiu. As mais modernas teorias a respeito da matéria e do Universo são DELIRANTES mas não há nada que se assemelhe ao que Einstein acreditava.
Voltando aos modelos: nós montamos nossos modelos, cientes de que ele pode não ser plenamente correto ou completo, mas os usamos enquanto forem úteis. Nossos modelos são aproximações. A nossa descrição (modelo) pode explicar várias coisas, mesmo não sendo PERFEITO.
O modelo atômico de Bohr é bastante simplificado, já está ultrapassado, mas ainda é útil nas salas de aula. É, como qualquer modelo, uma aproximação, mas permite entender como ocorrem as ligações químicas e a formação das moléculas entre outras coisas.
(Veja por exemplo: http://www.rossetti.eti.br/aula-menu.asp )
Os modelos mais atuais do átomo não tratam mais o elétron como uma partícula bem localizada, ao invés disso lidam com uma região do espaço onde é mais provável encontrar em elétron. É um modelo um pouco mais complicado, mas de grande sucesso experimental.
Veja essa página com os modelos atômicos já propostos:
http://www.mundodoquimico.hpg.ig.com.br/os%20modelos%20atomicos.htm
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