quarta-feira, novembro 22, 2006

Quantidade de movimento

A quantidade de movimento é o produto da massa (m) pela velocidade (v). A conservação da quantidade de movimento diz respeito normalmente a um sistema de corpos (geralmente dois objetos).

O princípio da conservação da quantidade de movimento afirma que a quantidade de movimento total do sistema se conserva se não existir nenhuma força externa atuando no sistema.

Para entender o enunciado acima temos que entender o que significa "quantidade de movimento total" e o que significa "força externa".

A quantidade de movimento total é a soma vetorial das quantidades de movimento de cada corpo do sistema. Eu digo soma VETORIAL porque não se pode esquecer que tanto a velocidade como a quantidade de movimento são grandezas vetoriais (possuem módulo, direção e sentido)

Força externa é qualquer interação dos corpos do sistema com outros corpos. Por exemplo, se queremos analisar a colisão de duas bolas de bilhar, a força de atrito entre as bolas e a mesa é uma força externa, que vai impedir que a quantidade de movimento total se conserve - isso é percebido claramente pelo fato das bolas pararem de girar; se não houvesse atrito nenhum, elas se manteriam em movimento para sempre.

Se falamos em "força externa" é porque deve existir uma "força interna". Força interna é a que surge da interação apenas entre os corpos do sistema. No exemplo que eu usei acima, das bolas de bilhar, um par de forças surge durante a colisão (elas trocam forças entre si), mas essas forças não alteram a quantidade de movimento TOTAL - veja bem, NÃO ALTERAM A QUANTIDADE DE MOVIMENTO TOTAL, o que essas forças internas podem fazer, e fazem, é alterar a quantidade de movimento de cada corpo individualmente, sem no entanto alterar a soma. É mais ou menos como se tivéssemos duas bolas uma com uma quantidade de movimento igual a 5 e a outra igual a 3, de forma que a soma fosse 8... em uma interação as quantidades de cada uma podem variar para, 7 e 1 (soma =8) ou para 6 e 2 (soma =8) ou para 10 e -2 (soma = 8) ou quaisquer outros valores, desde que a soma seja sempre 8.

Links:
Fapesp(1)
Fapesp(2)

sexta-feira, novembro 17, 2006

Buracos de minhoca e tuneis do tempo.

Um pai perguntou como explicar ao seu filho que está na quarta série a "teoria do túnel do tempo".

Resposta enviada:

Não existe realmente uma teoria com esse nome. Existiu sim um seriado de televisão como o nome de "O Túnel do Tempo".

Na série de televisão o "túnel" era uma experiência científica em que dois "viajantes" eram enviados ao passado. O problema das histórias e dos filmes de ficção científica é que são em essência "contos de fada" travestidos com ares científicos, o que gera algo de confuso - nem sempre conseguimos separar a fantasia da teoria científica.

Bem, se não existe uma teoria chamada "túnel do tempo" existe sim pesquisa teórica em que se pretende compreender o que é o tempo. E nessas pesquisas surge a questão da possibilidade ou não de "viajar" no tempo, especialmente ao passado.

Entre as teorias de viagem no tempo está aquela que fala de buracos negros e buracos de verme (ou buraco de minhoca) - por sinal, a coisa mais parecida com um "túnel do tempo" seria um "buraco de minhoca".

O buraco negro é um astro muito pesado, uma estrela que colapsou em um volume muito pequeno, talvez insignificante. Próximo dele a gravidade é tão forte que nada consegue escapar, nem a luz. Ainda não temos evidência direta da existência de buracos negros, apenas indiretas, mas são bem fortes as evidências, tal que se pode acreditar que eles realmente existem.

Os buracos de verme supostamente são criados por buracos negros e se assemelhariam a um "rasgo" no espaço-tempo podendo conectar dois pontos do Universo separados por uma grande distância. Algo que fosse atraído pelo buraco negro poderia passar por dentro do tal buraco de verme e sair em outro ponto do Universo e em um tempo anterior ao nosso (ou não).

Não há no momento nenhuma observação que possa confirmar ou reforçar essa tese, de forma que não passa de especulação. Mesmo assim os teóricos continuam analisando e estudando (equações, resultados das equações e interpretações dos resultados) e pensam em criar artificialmente um buraco de verme, sem necessidade do buraco negro. Prato cheio para os escritores de ficção científica - veja por exemplo o filme (e a série) Stargate, e o filme Contato de Carl Sagan - nesse filme a personagem principal percorre um caminho em um buraco de verme e vê uma rede de buracos de minhoca conectando todos os lugares, uma rede supostamente criada por seres extraterrestres muito muito antigos (ficção).

Veja os links abaixo:

Revista On

Séries on line

Tunel do tempo


Sugiro a leitura dos livros Uma Breve História do Tempo e O Universo Em Uma Casca de Noz, de Stephen Hawking.


Para saber mais sobre o buraco de minhoca pela internet:

Portal do astrônomo

Astronomia na UFRGS

Wikipedia

Como explicar isso tudo a uma criança da quarta-série? Procure não fantasiar - a coisa já é bastante "fabulosa". Não diga que o buraco de verme existe ou que pode ser feito, ou que é possível, diga que pensa-se nisso, sonha-se com isso, mas ninguém fez e é muito mais provável que nunca seja feito...

segunda-feira, outubro 23, 2006

Resistência elétrica

Questão:
" A seguinte experiencia foi realizada em laboratorio: um fio metalico, fino e comprido, é ligado aos polos de uma bateria, sendo aquecido pela corrente eletrica ate incandecer. Sem desfazer a ligação, um pedaço do fio é mergulhado em um recipiente com água. Observa-se, então, que a parte não mergulhada do fio tem seu brilho consideravelmente aumentado. Explique porque isto ocorre."

Resposta:

Isso se deve ao fato de que a resistência elétrica de um condutor depende da temperatura. O aumento da temperatura aumenta a resistência elétrica. Ao mergulhar uma parte do fio na água, a temperatura diminui bruscamente e se mantém bem abaixo do ponto de incandescência, pois a água dissipa rapidamente o calor e só permite uma temperatura máxima próxima de 100°C. Com uma temperatura menor a resistência diminui, com uma resistência menor a corrente elétrica se intensifica, e consequentemente a temperatura se eleva - sendo que a parte fora da água, não estando limitada a 100°C, vai atingir a incandescência e brilhar mais intensamente.

Analise pelas fórmulas:

Lei de Ohm: U = R.i ou seja, i = U/R , se R diminuir a corrente i aumenta.
Potência: P = U.i , mantendo a mesma ddp (U) se a corrente (i) aumenta, a potência (P) aumenta.
O temperatura é determinado pela potência, quanto maior a potência mais o fio se aquece, e quanto mais ele se aquece mais intensamente ele brilha.

Atenciosamente
Prof. Sandro

quarta-feira, agosto 02, 2006

Finalizando...

Prof. Sandro, me vejo forçado a quebrar a promessa de parar com as perguntas, hehe.

Uma idéia que talvez não expressei com claridade nas últimas vezes, foi a de que a verdade absoluta jamais, jamais mesmo, será pronunciada por um cientista, pois não é nada científico dizer isso.
Ainda não li os artigos que você me passou, mas tenho noção disso.
"Se não podemos dizer que uma verdade é absoluta, como podemos dizer que há verdade absoluta?"
Algumas vezes vi essa pergunta, tentarei responder da seguinte forma:
O que os cientistas fazem é buscar modelos que expliquem de uma forma lógica os fenômenos. Quanto melhor o modelo, melhor para a ciência, e são vários os critérios que podem ser utilizados para ver se um modelo é melhor que outro, como você bem disse.
Um cientista que cria um novo modelo atômico, como ele poderia afirmar que o modelo dele é absoluto? Ele não pode, realmente, até porque outro cientista pode vir e descobrir que o modelo era incompleto.
No entanto, levando em conta que átomos existem, eles tem que existir de uma forma. O modelo que o cientista cria, tenta reproduzir essa forma na qual o átomo existe, no entanto, o cientista não sabe que forma é essa, ele tem que fazer experimentos que lhe deem informacoes suficientes para criar um modelo. Esse modelo provavelmente não será como o átomo é em si, pois o modelo foi criado pelo humano, mas o átomo não. O átomo existe de uma forma, essa seria a verdade absoluta, mas nós não podemos dizer que nós estamos falando a verdade absoluta, a verdade absoluta já está presente, sempre, as teorias dos cientistas, ou as supostas "verdades", são apenas temporarias, e essas verdades temporárias são criadas a partir de uma verdade que é absoluta.

Não é a toa que as teorias mudam, a compreensão do homem sobre os fenômenos se altera com o tempo, mas os fenômenos não, eles continuam acontecendo pelos mesmos motivos.
Não é o que o homem sabe da natureza que dita como a natureza funciona, pois o que o homem sabe se altera, mas a natureza não.
Ao dizer que a natureza não se altera, eu quero dizer por exemplo que a luz se propaga da mesma maneira que se propagava a 1000 anos atrás, mas o que nós sabemos sobre isso mudou muito.
Essa forma imutável de propagação é o que poderiamos chamar de verdade absoluta.

Mais um exemplo que talvez sirva para explicar essa ideia, digamos que nós dois lemos um livro até o fim, o mesmo livro, totalmente idêntico, e eu te digo que me decepcionei, pois o fim do livro é triste, e eu odeio finais tristes, mas você me diz que o fim do livro é feliz, e então, quem está certo?
Não da para saber, é como os modelos, o meu pode ser mais útil que o seu, mas não da para dizer que um é necessariamente mais certo que o outro.
Então, de que adiantou eu usar esse exemplo, já que ele não me ajuda em nada?
Ajuda, pois nós lemos o mesmo livro, mas você interpretou o final de maneira diferente da minha, nós somos os humanos, criamos nossas idéias, e elas podem se alterar com o tempo, mas o livro, e o que está escrito nele não, sempre continuará o mesmo.
No livro estava o escrito (o fenômeno), e lá estavamos nós (os cientistas), e também estava a verdade absoluta, mas nós não podemos saber qual é, só podemos nos conformar de termos cada um nossa própria idéia (ou nossa teoria, ou nosso modelo, no caso)

Mais uma vez poderiam perguntar, então de que adianta existir uma verdade absoluta se ela é inalcançável?
Ora, o horizonte é inalcançaável, e eu não vejo ninguém reclamando.
Pode parecer engraçada essa comparação, mas talvez seja algo do gênero

Gostaria de saber se dessa vez fui mais coeso e/ou convincente
Abraços

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Prezado Iam,
saudações.

De fato ficou bem claro. E mais coerente também.
Só penso que o termo "verdade absoluta" é que deveria ser abolido, pois dá sempre a idéia de algo que pode ser expresso em palavras, conceitos, definições, parece sempre com algo que podemos conhecer. Para continuar usando o termo como você o entende terá sempre que ficar "definindo" o que vem a ser "verdade absoluta". Podia achar um nome que não levantasse muita controvérsia. Certa vez em uma discussão em um blog eu usei o termo "a coisa em si" imaginando que não levantaria muita discussão mas estava enganado, uma das leitoras, mudou "a coisa em si" para "a verdade" e descambou para a mesma discussão.
É isso!
Um abraço!
Prof. Sandro

Mais duas questões...

Prof. Sandro, obrigado pela paciência e pelas respostas.
Minhas perguntas quase acabaram, já entendo bem o caso dos modelos geo e heliocentricos.

Ultimas 2 perguntas.
O fato de não podermos imaginar a esfera perfeita, de não sabermos como é uma, não indica que ela não existe, ou indica?
Nossa opinião não altera a verdade, altera?

Outra pergunta, (a última), você me recomendou varios sites, teve um de uma pessoa que você me disse que não conhece, que nunca viu, mas que escreveu um texto sobre verdade absoluta, defedendo um ponto de vista que é exatamente o que eu penso, só que ele é mais bem-articulado.
O que você acha do texto dele?

Obrigado, e não incomodarei mais hehe, até a próxima

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Prezado Iam,
saudações.

Sabe que somos seres pensantes mas isso não quer dizer que nossos pensamentos sempre são claros. Esse tema que o Thiago Maia desenvolve na página http://www.odialetico.hpg.ig.com.br/thiago/verdabsoluta.htm é um tanto complexo. Minha reação natural é rejeitar tudo o que ele diz, mas não posso deixar de analisar... mas, voltando ao inicio, não consigo dar uma forma muito clara para meu pensamento.
Rejeito a afirmação lá dele de que é necessário um referencial absoluto para validar as verdades. Ele diz que um modelo é melhor do que outro se se aproxima de um referencial absoluto (da verdade absoluta). Eu penso que um modelo é melhor do que outro apenas se ele for mais útil. Isso pode sim ter a ver com um referencial, mas não precisa (e nem penso que poderia ser) absoluto. O modelo atômico da mecânica quântica é mais elaborado e preciso do que os modelos de Rutherford ou de Bohr. Mas em uma aula de Química de nível médio, ao ensinar ligações químicas o modelo de Bohr será o melhor modelo, e tão somente porque funciona melhor - seria complicado demais (impossível até) usar os modelos mais modernos.
http://www.rossetti.eti.br/aula-menu.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Modelo_at%C3%B4mico

Ele (Maia) também diz que a Verdade Absoluta deveria ser irrefutável. Bem acontece que para a Ciência uma idéia ou teoria que não pode ser refutável não tem valor, não recebe o adjetivo de "científico". Veja:
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/popper5.htm

Veja também essa página:
http://www.str.com.br/Voz/07092001.htm
Apenas note que essa aqui é uma página de um site explícitamente ateu. Alguns textos são bastante perturbadores para quem tem alguma fé, seja qual for. Eu só queria que você lesse o texto de Rálamo/Porto Alegre, sobre um "dragão que cospe fogo" - os outros textos eu nem li, é que até eu as vezes fico chocado com algumas coisas que são publicadas ali.

Com relação à outra pergunta. Acho que você se confundiu um pouco. Eu não disse que você não pode imaginar uma esfera perfeita. Pelo contrário, é só na imaginação que a esfera perfeita existe, na imaginação e na definição matemática.
Veja, a equação x² + y² = 4 define exatamente, perfeitamente uma circunferência absolutamente perfeita de raio 2. Mas você nunca vai conseguir construir uma circunferência absolutamente perfeita. Mas a definição dela você tem. Isso pode levar a uma conclusão interessante - o referencial absoluto que o Maia está buscando pode muito bem ser a Matemática. Não é a toa que todas as ciências se utilizem da Matemática como forma de linguagem.

Você pergunta também se o fato de você não ter visto jamais uma esfera perfeita te permite afirmar que ela não existe. A resposta é não. Mas aí vem o problema de se reconhecer a esfera como tal. Veja que para verificar se ela é perfeita deve-de medir a distância de todos os pontos da superfície até o centro... eu disse TODOS afinal TODOS OS PONTOS DA SUPERFÍCIE DEVEM ESTAR A UMA MESMA DISTÂNCIA DO CENTRO - isso é a definição de uma esfera. Mas quantos pontos você acha que há em uma esfera ? Eu digo que são infinitos...
Não importa o tamanho da esfera... haverá sempre infinitos pontos na sua superfície. Não importa quão rápido você consiga efetuar as medidas.... sempre haverá mais pontos... portanto somente dispondo de um tempo infinito e praticar as medidas eternamente você iria poder afirmar que a esfera é perfeita (supondo que ela fosse, pois bastaria um único ponto estar a uma distância infinitesimalmente diferente de R para que a esfera não fosse perfeita, ou melhor deixaria até mesmo de ser esfera). Mas note que passar a eternidade efetuando medidas para só então afirmar algo... é o mesmo que NUNCA pode afirmar.

Atenciosamente
Prof. Sandro

E o Iam continua filosofando...

O aluno filósofo mandou nova mensagem. Vou postar apenas meus comentários, os mesmos que enviei a ele.:

Vamos lá:
Você disse: “eu tenho certeza que os cientistas não poderiam provar que chegaram a verdade absoluta, ainda que tivessem chegado.”
Então é curioso que a única certeza absoluta é que é impossível ter certeza – foi isso que você disse, certo? Ou seja se o nosso Modelo Ideal, além de ideal for também PERFEITO e por perfeito entendo como idêntico à Verdade Absoluta, não saberíamos disso e portanto ainda teríamos dúvidas, não teríamos certeza. Portanto ainda nesse caso haveria desconhecimento.
Isso me lembra meu primeiro ano como professor a mais de dez anos... Eu comentava justamente sobre a incapacidade teórica de se obter medidas exatas, e portanto a impossibilidade de existir PERFEIÇÃO. E como exemplo citei figuras geométricas: “você nunca viu uma circunferência perfeita nem um quadrado perfeito, nem uma esfera perfeita... “ as figuras perfeitas só existem na imaginação e na definição matemática que é precisa.” (isso é o que eu disse em outro e-mail para você que lembra Platão). Bom eu discutia isso na sala, os alunos viajaram junto comigo e então uma aluna me derrubou... ela disse: “Se eu nunca vi uma esfera perfeita então eu não sei o que é uma 'esfera perfeita', então se um dia eu encontrar uma como saberei que ela é perfeita?” (ou era algo assim). Eu fiquei mudo por um bom tempo antes de reorganizar o pensamento e achar uma resposta.
Agora você diz a mesma coisa.
Bom, mas podemos imaginar que um modelo perfeito deveria encerrar a verdade sobre si mesmo, ou seja deveria provar a si mesmo como tal. Mas nem imagino como seria possível isso.
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“Da forma que você me explica, parece aqueles casos do movimento uniforme, para o qual sempre da para achar um referente para o qual eu não estaria em movimento. Nesse caso tudo depende de onde você está olhando.”
É exatamente isso! Há uma forma que você visualizar isso. Acesse a página abaixo:
alcyone/planet's orbits
Baixe o programa Planet's Orbits. Instale e execute o programa. A tela se parece com a figura abaixo.

Ao escolher o Sol como referencial vc vê os planetas girando ao seu redor, essa é a visão que teria alguém fora do sistema solar observando o sistema fixando-se na posição do Sol – selecione visualizar a órbita e vc vai ver que algumas órbitas são bem alongadas e outras parecem circunferências. Escolha a Terra como referencial e você vai observar o que veria alguém fora do nosso sistema observando-o tendo se fixado na posição da Terra, para ver melhor apague (oculte) as órbitas.
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“A verdade absoluta não poderia ser considerado um modelo perfeito, pois ninguém teria como ter certeza que é realmente perfeito, mas ela pode permanecer como ideal, como algo a ser atingido.”
Já comentei sobre isso no início do texto.
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“Eu fico surpreso e curioso sobre a fisica quantica, como algo pode funcionar na base de probabilidades dessa forma?
Isso nunca falha? Uma bomba nuclear pode explodir sem querer porque existia uma chance de 15% de que isso poderia acontecer?”
As incertezas quânticas são restritas ao “micro mundo” no mundo macro, esse de que temos percepção os fenômenos bizarros do mundo quântico não são observados – os efeitos estatísticos dele sim, mas não os eventos individuais.
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“Não que eu deseje que chegue na verdade absoluta, mas imagine por exemplo, um clássico da matemática. 1+1=2. Imagine se 1+1 tivesse uma probabilidade X de ser 2, que complexo. (...)”
Cuidado como o que você diz. Uma coisa não é necessariamente óbvia por parecer ser óbvia. O 1 + 1 é um exemplo. Nem sempre o resultado é dois, nem sempre a soma é possível. Uma regra da mais básicas da Matemática diz que você só pode somar elementos que pertençam a um mesmo conjunto. Então se você tem dois conjuntos, digamos o conjunto das laranjas e o conjunto dos cadernos. A soma 1 caderno + 1 laranja, é impossível. Você pode até argumentar que pode colocar sobre uma mesma mesa, um caderno e uma laranja e chamar isso de “soma”, mas na verdade você continua tendo sobre a mesa, 1 caderno e 1 laranja, e não 2 laranjas ou 2 cadernos, portanto você não somou. Mas eu escuto você dizendo que sobre a mesa tem dois objetos ... OBJETOS... ahhh “objetos”... sim, agora sim ... mas... esse é outro conjunto. Se eu tenho 1 objeto e soma mais 1 objeto eu fico com 2 objetos. Por isso eu digo, soma só é possível se os elementos pertencem ao mesmo conjunto.
Vamos adiante. A soma pode ser possível quando os elementos pertencem ao mesmo conjunto mas isso ainda não garante que o resultado seja 2. Se o que estamos contando são grandezas escalares ok, sempre será 2 - 1 joule + 1 joule = 2 joules; 1kg + 1kg = 2 kg; e assim por diante. Mas se estivermos somando grandezas vetoriais teremos que levar em conta a orientação da grandeza. Digamos que estamos somando os módulos de duas forças cada uma com intensidade de 1 N. Se os dois vetores (força é vetorial) tem a mesma direção e os sentidos opostos a soma será ZERO (!!)
Se os vetores forem perpendiculares entre si a soma será “RAIZ DE 2”. A soma será 2 apenas se os dois vetores tiverem a mesma direção e o mesmo sentido. A fórmula da soma de dois vetores A e B é: S² = A² + B² + 2.A.B.cos(angulo) , onde S é a soma, A e B são os módulos dos vetores e “angulo” é o ângulo formado entre A e B. No caso de A e B iguais a 1, a soma S pode ser qualquer valor entre zero e dois. Portanto se alguém te perguntar quanto é 1 + 1, você deveria dizer “depende”... e iniciar toda uma discussão até saber o que se pretende somar.

“a dúvida que ainda me incomoda é aquela dos modelos geo e heliocentricos, ainda acho que eles de certa forma não coexistem um com o outro.”
Eu acho curioso você ter se perturbado tanto com isso, pois o movimento é uma noção relativa a um referencial, a trajetória é uma noção relativa a um referencial. E não há nada de mais nisso. Galileu foi levado a um tribunal da Inquisição a toa e penso que foi ciente disso que ele refutou sua teoria diante do tribunal (não sei se foi isso, mas pode ter sido, ele pode ter percebido que não valia a pena morrer por tão pouco).
Muito mais curioso do que saber se um sistema de mundo é mais certo ou mais errado do que o outro é pensar no duplo comportamento da luz – onda e partícula e mais ainda ao saber que a própria matéria pode apresentar comportamento ondulatório. E também é curioso que o movimento e portanto a velocidade é uma noção relativa a um referencial... e apesar disso a velocidade da luz no vácuo é sempre a mesma não importando onde e como a medida seja feita. É curioso que eu posso estar em uma nave espacial com a impossível velocidade de 200.000 km/s na direção de uma estrela, de encontro portanto à luz que ela emite e a luz que ela emite viaja a 300.000 km/s ... ora, eu deveria medir a velocidade como sendo de 500.000 km/s afinal a luz se afasta da estrela a 300.000 km/s e eu me aproximo dela a 200.000 km/s... mas... (meus instrumentos devem estar com defeito!), pois continuo medindo para a luz 300.000 km/s.... Se eu inverter o movimento e me afastar da estrela a 200.000m/s eu deveria medir a velocidade da luz como 100.000 km/s... mas (tem que ter alguma coisa errada!) eu ainda meço 300.000 km/s.
A Teoria da Relatividade de Einstein não diz que TUDO é relativo... na verdade diz que pelo menos uma coisa é ABSOLUTA – a velocidade da luz no vácuo.

sexta-feira, julho 28, 2006

A verdade absoluta - parte II

O aluno filósofo continua mandando questões... Agora ele comentou algumas coisas que eu disse sobre modelos de mundo e referencial e sobre a "cor da cor". O destaque vai para a afirmação: "A verdade não é o que vemos, a verdade é o que é, independente de nós." Ele pede para dizer o que acho.

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RESPOSTA:


Bom, para encerrar o assunto a respeito da cor posso dizer que a cor não existe. Não no objeto, não como propriedade da matéria. Cor é apenas um código cerebral para os diversos comprimentos de onda da luz.


Mas quanto aos sistemas heliocêntrico e geocêntrico a questão é apenas de escolha mesmo do referencial. Isaac Newton conseguiu chegar na lei correta da gravitação graças às leis de Kepler que foram obtidas graças a dados muito precisos obtidos por Brahe e assim mesmo apenas depois de adotar o sistema heliocêntrico. Isso parece validar que o sistema heliocêntrico é verdadeiro e o outro falso... mas eu diria apenas que um é "MELHOR" do que o outro, melhor no sentido de permitir obter as leis do movimento com simplicidade. Mas uma vez que a lei da gravitação foi obtida por Newton você pode aplicá-la a qualquer sistema. Isso porque na fórmula não há nenhuma menção sobre quem gira ao redor de quem, portanto independe do sistema.

Vamos pegar um sistema menor e mais simples para ilustrar: O sistema Terra-Lua. Você adotando a Terra como referencial nesse sistema, vai afirmar que a Lua gira ao seu redor, e estará certo. Alguém que esteja na Lua vai observar de forma diferente e por isso vai afirmar que a Terra gira ao seu (dele lá) redor, e estará certo também.

Mas a lei de Newton vai explicar que o sistema Terra-Lua gira ao redor de um ponto chamado centro de gravidade que está a um certa distância entre os centros da Terra e da Lua, e isso também estará certo, e será mais apropriado neste caso.


Na verdade diversos modelos podem coexistir simultaneamente e ser usados em situações diferentes conforme a necessidade pedir.


Quando você diz que


"A verdade não é o que vemos, a verdade é o que é, independente de nós."


Eu apenas complemento a afirmação com o seguinte: "a Natureza (ou a verdade sobre a Natureza) não depende de como nós a descrevemos, ela é o que é independente de nossos modelos. Dela só podemos fazer descrições aproximadas e limitadas."


O que quero dizer é que montamos nossos modelos, cientes de que ele pode não ser plenamente correto, mas os usamos enquanto forem úteis. Nossos modelos são aproximações. A nossa descrição (modelo) pode explicar várias coisas, mesmo não sendo o MODELO PERFEITO. Vou dar outro exemplo:


O modelo atômico de Bohr. Ele é bastante simplificado, já está ultrapassado, mas ainda é útil nas salas de aula. É, como qualquer modelo, uma aproximação, mas permite entender como ocorrem as ligações químicas e a formação das moléculas entre outras coisas.

(Veja por exemplo: http://www.rossetti.eti.br/aula-menu.asp )


Acho que o que difere a sua forma de pensar da minha não é a crença em uma VERDADE ABSOLUTA mas a crença, da sua parte (e descrença de minha parte) na capacidade de obter um MODELO PERFEITO, um modelo que descreva exatamente como é a natureza, um modelo que se aproxime tanto da verdade absoluta a ponto de se poder dizer que o modelo é a expressão da verdade. Você crê ou ao menos deseja profundamente que isso seja possível. Eu não creio e não desejo isso.


Mas veja que os modelos novos são aproximações melhores do que os modelos antigos... ou seja, a Ciência evolui construindo novos e cada vez melhores modelos... isso parece uma busca... uma busca da perfeição...

E eu gosto de pensar que o infinito/perfeição/verdade não é a meta a ser atingida mas a meta a ser buscada... E porque empreender uma busca sem fim? Porque o que se colhe na busca não está no fim, mas no próprio caminho. Lembra daquelas escursões de escola onde o melhor da viagem não é chegar, mas a viagem em si? É mais ou menos isso.


Mas há outra coisa que eu costumo dizer: TUDO É POSSÍVEL, OCORRE APENAS QUE ALGUMAS COISAS SÃO MUITO IMPROVÁVEIS.

Não deve ser impossível alguém encontrar o modelo perfeito, aquele que é idêntico a verdade absoluta, mas é muito improvável que isso ocorra.


Outra coisa que digo sempre: TUDO QUE É POSSÍVEL ACONTECER ACONTECE DESDE QUE HAJA TEMPO PARA ISSO.


Junte as duas coisas e você vai ter a certeza de que o modelo perfeito pode ser encontrado, desde que o tempo disponível seja infinito.

O que quero dizer é que se não é impossível obter o modelo perfeito (ou seja, encontrar a verdade absoluta) então talvez um dia isso aconteça. Tanto pode ser daqui a dois segundos como pode ser daqui a 2 bilhões de anos ou milhares de vezes esse valor (note que cálculos apontam que o Universo tem em torno de 15 bilhões de anos e deve existir ainda por outro tanto). A única forma de ter certeza de que isso vai acontecer é se o tempo fosse infinito, a existência do Universo fosse eterna, e houvesse eternamente pelo menos uma mente preocupada em resolver o problema.


Se você conhece Filosofia talvez perceba certa semelhança com Platão aqui, não?


Leitura recomendada de hoje: O Guia do Mochileiro das Galáxias.

E sites:

Veja este: http://www.odialetico.hpg.ig.com.br/thiago/verdabsoluta.htm

Eu não conheço o autor, não sei qual a formação dele e não compartilho a opinião dele, mas vai na mesma linha do seu pensamento. Mas note no resumo no final da página que ele diz:

A "Verdade Absoluta" existe porque serve de referencial para que algumas
teorias sejam objetivamente melhores que as outras e não somente diferentes.

É um pouco do que eu disse – é uma meta a ser perseguida, não alcançada.


E este: http://skepdic.com/brazil/ceptifilos.html é sobre o ceticismo científico.


Atenciosamente

Prof. Sandro

quinta-feira, julho 27, 2006

Uma pergunta sobre a verdade absoluta.

- O mesmo aluno da pergunta anterior, enviou esta:
Agradeço muito a resposta, foi a resposta mais completa que já li.
A visão a que me referia era essa que de certa forma se realiza nos olhos,
a projeção bidimensional na retina, se é que entendi bem.
Outra questão, que talvez escape um pouco do assunto Física, mas que é tão
presente em todas as ciências.
A meu ver, existe uma verdade absoluta que rege todos os acontecimentos e
que explica todos os fenomenos deste universo.
Pode parecer pouco racional afirmar isso, mas vou tentar justificar esse
pensamento, e depois gostaria de saber a sua opinião em relação a
existência dessa verdade.
Fisicos, quimicos, biologos, criam hipóteses e tentam transformá-las em
teorias, só que na essência, as hipóteses surgem a partir de perguntas, e
é importante ressaltar isso, pois as teorias em si propõem respostas para
essas perguntas. Os cientistas pensam e chegam a essas respostas, mas eles chegam pois
essas respostas existem, e o conjunto delas é oque eu chamo de verdade
absoluta. Não poderemos saber nunca se a alcançamos ou não, mas podemos saber que
ela existe. Para tornar isso mais claro só posso dar um exemplo: A teoria da
biogênese, ela tem que estar certa ou errada, fatalmente existe uma
resposta, existe a verdade por trás disso, assim como para todas as
coisas, no entanto, não temos nunca como saber se a alcançamos ou não.
Se não há respostas, é porque fizemos a pergunta errada, ou por outros
motivos, e aqui posso citar os temas religiosos, para os quais
supostamente "não há respostas".
Não é verdade, há respostas, o que não há são perguntas, as pessoas que
acreditam e que seguem uma religião não a questionam, e as pessoas que
questionam muitas vezes se afastam da religião.
Depois dessa justificativa acho que parece menos absurdo afirmar que há
uma verdade absoluta que dita os fenômenos.
Pode ser que voce concorde, e pode ser que não, a verdade em relação a
isso existe, mas para descobrir terei que fazer novamente a pergunta.
O que você acha?
Agradecido pelo seu tempo, e por favor não me mande para um professor
de filosofia, hehe, pois queria saber a opinião de um professor de física em
relação a isso.
Abraços

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Resposta:

Puxa! Você foi fundo agora.

A questão é tão profunda que não acho que seja em um e-mail que me vou conseguir fazer entender.

Bem, vou começar dizendo que o cientista não está preocupado em achar a verdade, pelo menos não necessariamente. Para o cientista as boas teorias ou os melhores modelos são aqueles que funcionam. E os modelos que funcionam são usados até seus limites, ou seja, até onde eles já não puderem explicar os fatos observados. Nesse momento é preciso ampliar, reformular ou abandonar o modelo, conforme o caso.

A busca da VERDADE é (ou era, não sei bem!) objetivo dos filósofos.

Realmente eu não acredito em VERDADE ABSOLUTA pois qualquer processo ou fenômeno pode ser observado de um modo diferente gerando uma descrição diferente - o que talvez gere perguntas e respostas diferentes - sem que isso modifique o fato em si.

Vou usar também um exemplo - o modelo heliocêntrico e o modelo geocêntrico. "Qual desses modelos é o certo?" Essa é o que você chamou de pergunta errada e como tal não tem resposta, mas alguém pode argumentar que o modelo heliocêntrico tem que estar ou certo ou errado, mas não é bem assim. O modelo heliocêntrico adota o Sol como referencial e o modelo geocêntrico adota a Terra como tal. E na verdade eu posso adotar qualquer outro objeto do Universo como o referencial, posso adotar a Lua, ou Júpiter, ou meu umbigo ... e nenhum deles estará certo ou errado. A escolha do referencial apenas pode tornar a descrição dos fenômenos mais simples ou mais complicada e é claro que um modelo mais simples vai ser mais útil por poder explicar melhor e possibilitar previsões de resultados - é por isso que o modelo heliocêntrico é o mais adotado. Note que usei o termo "mais adotado", pois quando qualquer pessoa fala no "nascer do Sol" ou no "pôr do Sol" está usando o modelo geocêntrico (sem saber provavelmente).

As Ciências Naturais utilizam sempre de modelos para descrever os fenômenos observados na Natureza e com o uso desses modelos ousam fazer previsões, ao testar em condições de laboratório essas previsões podem se confirmar ou não, em caso afirmativo o modelo é bom, em caso negativo a que se analisar tudo, desde o procedimento experimental, passando pela previsão em si e até as bases do próprio modelo.

Por isso posso dizer que a Ciência é uma construção.


Mas eu senti, lendo sua mensagem, que ao dizer "VERDADE ABSOLUTA" você estava na verdade querendo dizer "EXPLICAÇÃO". Nesse caso vou concordar com você que tudo tem explicação desde que a pergunta seja feita direito. Por exemplo se alguém me perguntar porque o céu é azul eu vou falar em difusão da luz solar na atmosfera e que em função dos gases que compõem essa atmosfera, a cor mais difundida é a cor azul, ao menos durante o dia, enquanto que na alvorada e crepúsculo e direção do disco solar a cor mais difundida tende para o vermelho, e posso explicar isso também. Mas se a pessoa insistir na pergunta e quiser saber porque aquele espectro luminoso mais difundido corresponde ao que chamamos de azul... aí não poderei responder, pois não é uma questão científica - a questão poderia ser reduzida a uma simples pergunta sem sentido: "porque o azul parece azul e não de outra cor?".


Mas voltando à questão da VERDADE ABSOLUTA - para explicar porque o céu é azul alguém pode usar o modelo ondulatório da luz e uma outra pode utilizar o modelo corpuscular. E os dois podem explicar muito bem. Mas serão duas explicações bem diferentes. Os dois modelos podem ser testados, mas alguns fenômenos não podem ser explicados pelo modelo corpuscular, como a difração por exemplo, e outros como o efeito fotoelétrico, não pode ser explicado pelo modelo ondulatório... portanto temos dois modelos para um mesmo fenômeno, a LUZ, e não podemos fazer todas as mesmas previsões e portanto os procedimentos experimentais para um modelo e para outro elas precisam ser diferentes - o procedimento experimental pode ser entendido como a forma de fazer perguntas... a pergunta feita para um modelo pode não ter sentido se feito para outro.

Então pela lógica que você expôs no e-mail, a LUZ tem que ser ou onda, ou partícula. Mas na prática ela é as duas coisas, mas você só pode ver uma de cada vez. Portanto o que ela É depende de como você OLHA. Ou seja, a verdade (sobre a luz) é relativa.


Vou fazer uma afirmação paradoxal agora: “a verdade é sempre relativa, incluindo essa afirmação.”

Se você analisar bem essa afirmação vai ver que parece que dá um “nó” na cabeça!


A Física Quântica é a ciência mais bem sucedida de todas as já criadas pelo homem. E apesar disso a sua base está assentada sobre PROBABILIDADES e não sobre CERTEZAS. Um exemplo: em uma amostra de material radioativo só é possível calcular (prever) quantos átomos vão decair em certo tempo e verificar experimentalmente que a previsão foi boa... mas é impossível dizer quais átomos irão decair, e isso não decorre do grande número de átomos, podemos ter uma amostra com quatro átomos e prever que em uma fração de segundos um deles vai decair, mas nada poderá dizer qual deles. Qualquer previsão nesse sentido será simples chute, ou seja, escolhendo um átomo ao acaso (de um número de quatro) a chance ele decair é de 25% que o mesmo que se obteria em um jogo de quatro cartas.


Albert Einstein sem querer contribuiu para o surgimento da Física Quântica. Fez isso ao utilizar o modelo de Planck dos “pacotes de energia” para explicar o fenômeno fotoelétrico. Ficou evidente então o caráter duplo da luz e a quantização da energia. No entanto no decorrer do desenvolvimento da nova ciência ele divergiu, não aceitou em nenhum momento que não pudéssemos prever com certeza absoluta, medir com precisão absoluta, conhecer a natureza com precisão absoluta. Ele propôs que por trás dos fenômenos quânticos deveria existir um mecanismo então oculto e que se fosse conhecido nos forneceria a capacidade de SABER tudo. Era a Teoria das Variáveis Ocultas. Teóricos analisaram seriamente as idéias dele durante muito tempo e até alguns testes foram propostos e executados e tudo (lógica, consistência, observação) leva a crer que não existem variáveis ocultas. Ninguém afirma que não nada mais além da Física Quântica, não é isso, diz-se-que a proposta de Einstein não é consistente. A Física Quântica evoluiu muito desde a década de 20 quando surgiu. As mais modernas teorias a respeito da matéria e do Universo são DELIRANTES mas não há nada que se assemelhe ao que Einstein acreditava. E aqui chegamos finalmente à religião... Einstein embora de descendência judia não professava nenhuma fé. Não se dizia ateu entretanto. Mas a atitude diante da “incerteza quântica” foi certamente o tipo de atitude que se espera de alguém religioso. Diga a qualquer religioso, de qualquer fé, que não existe VERDADE ABSOLUTA e você vai ver como eles reagem negativamente a isso... afinal para quem crê em Deus, há pelo menos uma verdade absoluta:”Deus existe!” . No caso de Eintein a crença era de que havia uma Unidade, uma Lógica Universal, um Princípio Único que explicava tudo. Hoje ainda há quem busque esse princípio único pelo nome de Teoria do Campo Unificado (mas pode chamar de “Teoria de Tudo”), Stephen Hawking é um dos cientistas que trabalham nessa linha, e curiosamente Hawking é ateu (ou se diz ateu).


Eu disse que a busca da Verdade é ou era objetivo dos filósofos, bem, não é bem verdade... os religiosos também buscam a Verdade ou mais do que isso buscam o “caminho da Verdade” , o caminho que vai ligar, ou melhor, RELIGAR o homem à Verdade ... Mas religião você sabe, o melhor é não comentar. Quando alguém entra em uma discussão com uma opinião formada vai fazer de tudo para 1- conservar intacta a sua opinião e 2 – convencer os outros a pensar da mesma forma. Algumas poucas pessoas são capazes de entrar em discussões livres de preconceitos e plenamente capazes de reconhecer a lógica de uma boa idéia e de filtrar o que lhe serve e o que não lhe serve e assim reformular suas próprias opiniões. E se com opiniões já é difícil imagine com religião que é, pela própria definição, algo sagrado.


Vou agora deixar uma lista de links para sites que tratam dos assuntos tratados aqui:

http://www.feiradeciencias.com.br/sala19/index19.asp

Acessando o site Feira de Ciências (link acima) veja os textos:

00 – Jovem Novo Selvagem

04 e 05 – Ciência ... para que serve

17 – A queda da autoridade e do senso comum

48, 49, 50, 51, 52 – As bases da Ciência e Construindo a Ciência.

Os textos dessa página são muito bons. Você pode ler outros cujos títulos se sejam atrativos. Nesses textos que eu indiquei você vai ler sobre o Método Científico, o desenvolvimento da Ciência e seus objetivos, mitos e o que é pseudociência.


http://www.aventuradasparticulas.ift.unesp.br/

Site sobre o modelo padrão – o modelo atômico em uso atualmente. É bem interessante.


http://www.comciencia.br/reportagens/fisica/fisica02.htm

Este link é de uma revista eletrônica e esse número foi todo dedicado à Física Moderna. Você pode conhecer um pouco mais sobre a Física Quântica aqui.


http://www.fisica.net/quantica/

Para saber mais sobre a Física Quântica veja esse site.

terça-feira, julho 25, 2006

Quantas dimensões podemos ver?

Pergunta recebida de um aluno:

Muitas vezes já li opinioes diversas sobre esta questão, pessoalmente tenho minha opiniao formada, e já vi a de alguns professores de física, gostaria de saber: Quantas dimensoes nós vemos com nossos olhos?

Resposta enviada:

A questão que você enviou depende de que se entende por "dimensões, o que se entendo por "ver" e o que se entende por "ver com os OLHOS".

Para efeitos práticos e usuais o mundo tem três dimensões espaciais e mais o tempo. E isso é tudo que podemos perceber com nossos sentidos. O espaço percebemos com a visão e até mesmo com a audição - sabemos de ver ou de ouvir se algo está perto ou longe, acima ou abaixo de nós. O tempo percebemos devido aos ciclos internos (como fome, sono, sede e outros).
Se o mundo tem outras dimensões como propõem algumas teorias elas não são de forma alguma perceptíveis.

Você fala em "ver" mas a visão é apenas um dos sentidos que usamos para entrar em contato com o mundo externo, os outros são a audição (que já citei acima), o olfato, o paladar e o tato.

São mesmo os olhos que veêm alguma coisa? Não seria talvez o cérebro que efetivamente VÊ ? O que você acha? As imagens se formam na retina do olho da mesma forma que se forma sobre um filme fotográfico de uma camara ou da mesma forma que as imagens do cinema se projetam na tela. E isso não é ver. A imagem formada na retina, ou melhor, a luz que incide sobre a retina induz impulsos nervosos (que se trata de uma corrente elétrica do tipo iônica) que viajam até o cérebro que então interpreta os sinais formando então a imagem mental da cena... note que as imagens projetadas na retina são invertidas em relação ao objeto que se está olhando, então se a visão ocorresse no olho enxergariámos tudo de cabeça para baixo - o cérebro interpreta os sinais e forma a imagem mental na posição correta.

Agora você poderia pensar, que aconteceria se a imagem formada na retina mostrasse mais do que três dimensões (caso elas existissem) será o que o cérebro seria capaz de reconhecer e formar uma imagem mental incluindo essa outra dimensão, ou será que por incapacidade de compreensão ele simplesmente ignoraria esse novo detalhe?
Não pense que isso é absurdo, pois existe casos curiosos de pessoas que após acidentes em que o cérebro foi lesionado, não conseguem "ver" um dos lados , digamos por exemplo, o lado direito mas vê tudo que está a esquerda, mesmo com olhos funcionando perfeitamente e com a interpretação cerebral praticamente intacta... o cérebro por alguma razão ignora um lado ... é estranho, bizarro até, mas existe.
O que quero dizer é que o fato de não conseguirmos perceber mais do que três dimensões espaciais não é prova definitiva de que só existam três. As outras dimensões, se existem, podem estar escondidas de alguma forma.

E como eu disse no inicio a questão depende do que entende por "ver". Só vemos aquilo que foi projetado na retina, a retina é uma superfície, ou seja, é bidimensional (tem duas dimensões, se ignorarmos a curvatura), portanto a imagem é bidimensional então se a imagem é bidimensional será que realmente VEMOS a terceira dimensão, no caso a PROFUNDIDADE ? Bem, aí que vem a questão da definição de VER. Se VER é o mesmo que PERCEBER então sim nós vemos a terceira dimensão afinal somos capazes de avaliar as distâncias apenas olhando para algo.
Isso se deve ao fato de termos dois olhos ligeiramente afastados, cada olho vê um mesmo objeto sob um ângulo ligeiramente diferente, e no cérebro - SEMPRE ELE - as duas imagens se fundem em uma só criando a sensação da profundidade.
Mas se você resolver definir que "ver" é apenas o fenômeno que ocorre no olho, então a resposta vai ser que não vemos a terceira dimensão e o mundo passa a ser bidimensional. Mas aí você vai ser obrigado a afirmar que de alguma forma nós (e não deveria citar o cérebro) criamos a "ilusão" da terceira dimensão.
Mas lembre que as distâncias também podem ser avaliadas, ainda que de uma forma não tão boa, por meio da audição. E isso também ocorre pelo fato de termos duas orelhas paralelas e afastadas de uma pequena distância, isso faz o som chegar em um ouvido em um tempo ligeiramente diferente do que chega no outro, aparentemente uma diferença insignificante, mas suficiente para o cérebro formar uma sensação de distância.

Imagino que a sua questão não foi respondida, mas você mesmo falou em "opinião". Eu não chamo o que escrevi de "opinião" mas de "forma de ver" ou de "ponto de vista" ou, uma palavra mais bonita, um "paradigma" - esse é meu paradigma. A questão interessante é que vendo o mundo de uma forma ou de outra não muda o que o mundo é, mas muda a descrição que você faz dele, e a descrição pode tornar a compreensão fácil ou difícil, só depende de você.

quarta-feira, maio 17, 2006

Como resolver problemas de Física

COMO RESOLVER PROBLEMAS DE FÍSICA - Prof. Alberto Ricardo Präss

O seu professor passa problemas numéricos para que você possa aumentar a sua capacidade em resolvê-los ou possa compreender alguma lei cientifica.
Por exemplo, uma das primeiras equações que aprendemos é:
Coeficiente de atrito = força de atrito / peso
Resolvendo esta equação, você aprende a relação entre a força necessária para mover um objeto e o peso deste.
Sugerimos seis etapas para resolver os problemas
1. Leia o seu problema cuidadosamente; compreenda o que está enunciado.
2. Escreva cada item que é dado.
3. Escreva o que pretende determinar.
4. Desenhe um diagrama simples com os dados do problema e do que pretende determinar.
5. Pense num modo de resolver o problema. (Use uma equação, se possível).
6. Resolva o problema, eliminando tudo aquilo que for desnecessário, onde for possível e aconselhável.
Verifique a resposta obtida
Pergunte a si mesmo se a solução encontrada é lógica ou não. Se a sua resposta a um problema sobre movimento é que um automóvel se move com uma velocidade de 1.500 km/h, (!) provavelmente a solução encontrada não está certa e o melhor que tem a fazer é verificar tudo novamente. Todas as vezes que você usa uma equação, pode verificar, até certo ponto, a correção do seu resultado substituindo a resposta na equação. Elimine os termos semelhantes em ambos os membros da equação. Finalmente, se obtiver dois membros iguais, você pode concluir que a solução algébrica está correta. Deve, pois, procurar o erro noutra parte do problema.
Texto adaptado e ampliado de:
“Física Na Escola Secundária”
De Oswald H. Blackwood, Wilmer B. Herron & William C. Kelly
Tradução de José Leite Lopes e Jayme Tiomno
Editora Fundo de Cultura


Tirado do Cache do Google. O site www.fisica.net se encontra fora do ar. Porém o texto ainda pode ser encontrado na página http://www.fisica.net/ensino/como_resolver_problemas_de_fisica.php

Como estudar Física

COMO ESTUDAR FÍSICA
Por Alberto Ricardo Präss
Quando você estuda Português ou História, uma lição passada pelo professor abrange, na maioria das vezes, um grande número de páginas de texto. A Física, tal como a Matemática, é mais condensada. Uma lição de Física pode reduzir-se apenas a uma ou duas páginas. Você poderia decorar a lição, mas isto não lhe adiantaria nada. Algumas vezes, o seu trabalho é compreender urna lei. Depois de compreender essa lei - e a lei é muitas vezes expressa por uma equação - e a puder explicar e aplicar na resolução de problemas, você terá aprendido a lição.
Sugestões para o estudo:
1. Leia toda a lição, a fim de saber do que se trata.
2. Leia novamente a lição, porém, mais devagar, e escreva no seu caderno a lei (se houver alguma) e outros pontos importantes da lição. Verifique se você compreende cada parágrafo. Certifique-se também se compreende o verdadeiro significado de cada palavra nova. Estude com cuidado as definições de termos como "trabalho" e "potência" até ficar completamente seguro do seu verdadeiro sentido em Física.
3. Se a lei for expressa por uma equação matemática, pergunte a si mesmo de que maneira cada símbolo da equação está relacionado com a lei. Por exemplo, W=F.d (trabalho = força . deslocamento) nos diz que, duplicando-se o deslocamento, se duplica o trabalho realizado e, do mesmo modo, fazendo duplicar a força, duplica-se o trabalho produzido.
4. Resolva os problemas incluídos no texto do seu livro.
5. Discuta a lição com os seus colegas.
Durante a aula e o trabalho de laboratório
1. Faça, sem hesitação, perguntas a respeito do que você não compreende.
2. Esteja alerta e pronto a explicar o que você compreende.
3. Pense por você mesmo; faça o seu trabalho. Você não pode aprender Física olhando para o seu companheiro.
Revisão para as provas:
1. Estude todos os dias, conscienciosamente, as suas lições. Reveja as notas que tomou na última aula. Nunca deixe as suas notas se acumularem, sem estudá-las metodicamente.
2. Antes da prova, escreva todos os pontos difíceis da parte que está revendo; faça perguntas sobre os mesmos, na aula.
3. Pense nas perguntas que faria se você fosse o professor. Tente responder, você mesmo, a essas perguntas.
4. Faça uma “cola” com as fórmulas ou conceitos mais importantes. Não exagere. Coloque apenas pontos importantes da matéria.
Durante as provas:
1. Antes do professor distribuir a prova, dê uma última “olhadinha” na cola que você fez.
2. Guarde a cola dentro da sua pasta. Você não a usará, já que já memorizou tudo que tinha nela.
3. Ao receber a prova escreva, em algum lugar dela, tudo que puder de fórmulas, conceitos e exemplos. Essas anotações serão muito úteis quando você estiver cansado e surgirem os famosos “brancos” de memória.
4. Faça as questões da prova como se estivesse resolvendo os testes em casa, com calma e muita atenção. Lembre-se que sempre existirão mais questões “fáceis” do que “difíceis” .
5. Lembre-se que quando um aluno diz que foi mal numa prova, é devido aos erros nas questões “fáceis”. Todo aluno que vai mal usa como desculpa as tais questões “difíceis” como argumento para mascarar sua falta de estudos.
6. Sucesso !
Texto adaptado e ampliado de:
“Física Na Escola Secundária”
De Oswald H. Blackwood, Wilmer B. Herron & William C. Kelly
Tradução de José Leite Lopes e Jayme Tiomno
Editora Fundo de Cultura

Retirado do Cache do Google visto o site www.fisica.net estar fora do ar. Curiosamente a página original ainda pode ser vista em:
http://www.terra.com.br/fisicanet/artigos/como-estudar-fisica-pagina1.html

segunda-feira, abril 03, 2006

Uma pergunta sobre MHS

Olá professor(a)!!!

Meu nome é (...)Eu tenho uma dúvida teórica mesmo sobre o M.H.S., acho que quando o professor estava explicando essa parte eu me distrai.Eu gostaria de saber por que no M.H.S. quando está nos extremos, já que a velocidade é nula, a aceleração é máxima?? Aceleração não é o resultado da variação de velocidade? E por que a velocidade é nula nos extremos e máxima no centro de equilíbrio??

Obrigada desde já.


Resposta:
Prezada aluna,
saudações.

Vamos imaginar esse MHS que você diz em um sistema massa-mola. Você sabe que para esticar uma mola deve-se exercer força e que a força deve ser tanto maior quanto mais esticamos a tal mola, ou seja, que a força aumenta com a deformação. No ponto mais afastado a mola está na sua deformação máxima, sendo assim a massa está sujeita a uma força máxima....
A força aqui referida é a força elástica: F = k.x , onde k é a constante elástica da mola e x a sua deformação.

Bem, a aceleração não é o "resultado da variação da velocidade" como você diz, na verdade a aceleração é o resultado da força aplicada a uma massa. De acordo com a segunda lei de Newton, a aceleração é a = F/m, ou seja, a aceleração é proporcional à força - quanto maior a força maior a aceleração.

A massa do sistema é constante, mas a força não. A força é máxima nos pontos extremos, portanto será nesses pontos que a aceleração será máxima.

A velocidade é nula nos extremos justamente porque a deformação da mola é máxima. É quando ocorre a inversão do movimento - veja que para inverter o sentido do movimento é preciso primeiro parar, certo?

Na posição de equilibrio, ou central como você chamou, a deformação x da mola é nula, ou seja, essa é a posição em que a mola tem o seu comprimento normal sem ser esticada ou comprimida. Se a mola não está deformada então x = 0, e a força elástica F = k.x será zero também, claro. Se a força será zero a aceleração também será, pois a = F/m como já vimos. E porque a velocidade é máxima? Simples, é que desde o ponto mais extremo até o tal ponto central a massa foi acelerada, ou seja, a velocidade aumentou - passado o ponto central, a força inverte de sentido e também a aceleração, o que faz a velocidade diminuir até a massa parar novamente no outro extremo.... então ela retorna acelerada.... passa pelo centro... segue em movimento retardado até parar novamente... então ela retorna e faz tudo de novo...

Para saber mais veja:
Lei de Hooke na Wikipédia
e
MHS na UFSM

Atenciosamente
Prof. Sandro

sexta-feira, março 10, 2006

Mais uma pergunta infantil...

Por que a maioria das estrelas aparece somente à noite?
Por que elas não são visíveis também durante o dia?
Para onde elas vão, quando o dia amanhece?
Por que não sentimos o calor das estrelas?


Bem, as estrelas existem por toda a parte, sempre muito longe da Terra. Com exceção é claro do Sol, que afinal também é uma estrela.
Por isso podemos dizer que pelo menos uma estrela brilha de dia - o Sol. O Sol é uma estrela dita de quinta grandeza, o que quer dizer que não é das maiores que existem.

Bem, mas quanto as outras estelas, aquelas que se encontram muito muito longe, porque nós as vemos de noite? A resposta é que durante o dia, por conta da claridade do Sol difundida na atmosfera da Terra, as estrelas ficam ofuscadas. Deve ser curioso olhar o céu a partir da Lua... bom como nós muito provavelmente nunca vamos para lá, só podemos imaginar... então imagine só: na Lua não tem atmosfera então mesmo durante o dia, você ao olhar para cima vai ver o Sol, um céu negro como a noite e as estrelas todas lá... deve ser o máximo isso! Mas aqui na Terra isso não acontece e é por causa da atmosfera, ela espalha a luz do Sol de um jeito que o céu fica com aquela cor azul que a gente conhece bem e essa luz difundida, espalhada encobre totalmente as outras estrelas.

Veja na foto

A luz do Sol se difunde na atmosfera e proporciona a cor azul ou a cor alaranjada nos fins de tarde e aurora.


E você pergunta para onde elas vão durante o dia... bom, todos sabemos que a Terra gira sobre si mesma e que é dia na face que está virada para o Sol e noite na face que está do lado oposto. As estrelas estão bem longe. Na face iluminada, onde é dia, se pudessemos ver as estrelas elas não seriam as mesmas que a face oposta estaria vendo. Ou seja, as estrelas não vão a lugar algum. Elas ficam sempre no mesmo lugar. Nós é que estamos girando, girando e girando...

Quanto ao calor das estrelas. Bom, é verdade que todas elas são quentes, tão quentes quanto o Sol ou ainda mais, mas como eu disse antes, elas estão muito muito muito longe... Então imagine uma vela acesa - de perto você vê a chama e pode sentir o calor que emana dela, certo? mas se você se afasta, você só pode ver a chama, mas já não é mais capaz de sentir o calor.

sexta-feira, março 03, 2006

Força de campo

Uma pergunta enviada por e-mail (já faz tempo):
"Como posso relacionar as leis de Coulomb e de Newton?"

Resposta:
... na verdade não há relação entre as duas leis, o que há é uma semelhança entre elas. A Lei de Coulomb trata da força elétrica, e a Lei de Newton trata da força gravitacional – as duas são forças de campo, ou seja, agem à distância. Dessa forma temos dois campos:
O Campo Elétrico dá origem à força elétrica.
O Campo Gravitacional dá origem à força gravitacional.

A lei de Coulomb para a força elétrica é assim:
“entre duas cargas Q1 e Q2 separadas por uma distância d a força elétrica é: F = K.Q1.Q2/d² “
K é uma constante que só depende do meio onde se encontram as cargas.

A lei de Newton para força gravitacional é assim:
“entre duas massas M1 e M2 separadas por uma distância d a força gravitacional é: F = G.M1.M2/d² “
G é uma constante universal e só depende do sistema de unidades utilizado.
...